quinta-feira, janeiro 18, 2007


O amor, a arte e o feminino: Frida Khalo


Sublinhou André Breton (1938) em Lê surréalisme at la peinture definindo que a arte de Frida Kahlo de Rivera é um laço de fita em torno de uma bomba e ela mesma se define ( )yo soy la desintegración...( ) escrito em um dos seus desenhos de seu Diário. Frida Kahlo foi, em verdade, uma mulher que despertou amor e ódio, admiração e inveja de homens e mulheres. Paixão em alguns dos mais importantes personagens de seu tempo como Diego Rivera, Leon Trosty e André Breton. A vida amorosa de Frida com Diego Rivera, pintor mexicano muralista e seu marido se caracterizou por situações de ruptura, sofrimento, dor e paixão.


Frida Kahlo, artista plástica mexicana, de Coyoacán, México. Uma revolucionária e libertária. Sobressaiu-se ao lado das vanguardas, principalmente do surrealismo. Seu legado mostra à civilização sua sensibilidade ainda hoje. Filha de um fotógrafo judeu-alemão e uma mestiça
mexicana, sua vida sempre foi marcada por grandes tragédias e grandes angústias; aos seis anos contraiu poliomielite e permaneceu um longo tempo de cama. Recuperou-se, mas sua perna direita ficou afetada. Teve de conviver com um pé atrofiado e uma perna mais fina que a outra.
Quando pode assimilar melhor essa deficiência, o ônibus em que estava chocou-se contra um bonde. Ela sofreu múltiplas fraturas e uma barra de ferro atravessou-a entrando pela bacia e saindo pela vagina. Começou a pintar durante a convalescença, quando a mãe pendurou um espelho em cima de sua cama.
O encontro com Diego Riveras resultou em casamento em 1929. Ele foi o pintor mexicano mais importante do século 20 e fez parte do movimento muralista, que defendia a arte acessível.Rivera, ajudou Frida a revelar-se como artista. A paixão de Frida por Diego é circunscrita numa relação amorosa bastante tumultuada: (...) eu o amo mais que a minha própria pele (...)
Podemos observar através dos seus quadros algo a mais, suplementar que refletia o momento pelo qual passava e, embora fossem bastante fortes , não eram surrealistas: Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei minha própria realidade .
Ela se fez representar publicamente. Pintou seu próprio rosto em muitos quadros que produziu. Notabilizou-se como artista plástica. Circunscreveu sua dor, através da arte.
Deixa nas páginas desse diário o produto do diálogo solitário que entretinha consigo mesma, seus gritos de dor, suas confissões amorosas a Diego Rivera, o amor permanente em meio a tantas outras experiências amorosas que não se impediu de ter. Por aí podemos refletir sobre a dor de Frida: algo devastado e naturalmente, sem limites. Vemos no seu sofrimento, a outra face do amor.
Sua obra a faz existir e persistir. São ao todo cerca de 70 gravuras coloridas -
desenhos, cartas, auto-retratos que nos levam a conhecer o processo criativo da artista e o modo original de falar das vicissitudes de sua vida. O interessante é que em todas estas referências, construídas de palavras, desenhos e cores, observam um retrato belo e tão bem delineado pela criação singular de sua experiência sofrida traduzida em humor, e em cores vivas e exuberantes. Frida se constitui, uma marca singular. Por aí, vemos em suas obras de arte o quanto esta inscrição feminizou esta personagem da história mexicana que pulsou em carne viva alcançando uma identidade própria. Por intermédio da arte Frida Kahlo fez o seu sofrimento mais suportável . Além disso, se tornou imortal.




















Através da história de Frida podemos fazer várias interrogações sobre a vida amorosa. Que lugar dar ao homem em sua vida, sem fazer dele a sustentação de sua existência? Como se identificar imaginariamente com o desejo dele? Estas são perguntas que se colocam para muitas mulheres.

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