terça-feira, março 18, 2008


Mudanças
Mena Moreira
Muda o mundo
Mudam as coisas
As pessoas
Mudo eu
Às vezes , muda ...
Muda o verbo
O modo
Mudam as indagações
As convicções
As indignações
Muda a confiança
A esperança
De mudar ...
Foto: Lane Collins

sábado, março 15, 2008


Quand on n'a que l'amour
Jacques Brel


Quand on n'a que l'amour
A s'offrir en partage
Au jour du grand voyage
Qu'est notre grand amour

Quand on n'a que l'amour
Mon amour toi et moi
Pour qu'éclatent de joie
Chaque heure et chaque jour

Quand on n'a que l'amour
Pour vivre nos promesses
Sans nulle autre richesse
Que d'y croire toujours

Quand on n'a que l'amour
Pour meubler de merveilles
Et couvrir de soleil
La laideur des faubourgs

Quand on n'a que l'amour
Pour unique raison
Pour unique chanson
Et unique secours

Quand on n'a que l'amour
Pour habiller matin
Pauvres et malandrins
De manteaux de velours

Quand on n'a que l'amour
A offrir en prière
Pour les maux de la terre
En simple troubadour

Quand on n'a que l'amor
A offrir à ceux-là
Dont l'unique combat
Est de chercher le jour

Quand on n'a que l'amour
Pour tracer un chemin
Et forcer le destin
A chaque carrefour

Quand on n'a que l'amour
Pour parler aux canons
Et rien qu'une chanson
Pour convaincre un tambour

Alors sans avoir rien
Que la force d'aimer
Nous aurons dans nos mains,
Amis le monde entier

segunda-feira, março 10, 2008

O Mestre

Um dia, perguntaram a um grande mestre quem o havia ajudado a atingir a iluminação; e ele respondeu: "Um cachorro". Os discípulos surpresos quiseram saber o que havia acontecido.
O mestre contou: "Certa vez, eu estava olhando um cachorro, que parecia sedento e se dirigia a uma poça dágua. Quando ele foi beber, viu sua imagem refletida. O cachorro fez cara de assustado e a imagem o imitou. Ele fez cara de bravo e a imagem o arremedou. Então, ele fugiu de medo e ficou observando, durante longo tempo, a água.
Quando a sede aumentou, ele voltou, repetiu todo o ritual e fugiu novamente. Em um dado momento, a sede era tanta, que o cachorro não resistiu e correu em direção à água, atirou-se nela e saciou sua sede.
Desde então, percebi que, sempre que eu me aproximava de alguém, via minha imagem refletida, fazia cara de bravo e fugia assustado. E ficava, de longe, sonhando com esse relacionamento que eu queria para mim. Esse cachorro me ensinou que eu precisava entrar em contato com minha sede e mergulhar no amor, sem me assustar com imagens que eu ficava projetando nos outros". Esse é o ingrediente básico para o amor, o autoconhecimento. Projetar nossos desejos ou nossas "fobias" no outro, apenas causa uma relação de dependência com o desenvolvimento do ciúme ou competição.
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quinta-feira, março 06, 2008

Uma mulher...


Uma mulher caminha nua pelo quarto
é lenta como a luz daquela estrela
é tão secreta uma mulher que ao vê-la
nua no quarto pouco se sabe dela

a cor da pele, dos pêlos, o cabelo
o modo de pisar, algumas marcas
a curva arredondada de suas ancas
a parte onde a carne é mais branca

uma mulher é feita de mistérios
tudo se esconde: os sonhos, as axilas,
a vagina
ela envelhece e esconde uma menina
que permanece onde ela está agora

o homem que descobre uma mulher
será sempre o primeiro a ver a aurora.

Bruna Lombardi (Actriz, modelo, poetisa brasileira, 1952 - )
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segunda-feira, março 03, 2008

Reflexões


"Totalmente leiga em psicanálise, é o que sou. Mas interessada como se dela dependesse minha sobrevivência.
Noutro dia, envolvida por um texto instigante, me deparei com as quatro principais questões que assombram nossas vidas e que determinam nossa sanidade mental:
1. Sabemos que vamos morrer.
2. Somos livres para viver como desejamos.
3. Nossa solidão é intrínseca.
4. A vida não tem sentido.
Realmente não são questões fáceis. A consciência de que vamos morrer talvez seja a mais desestabilizadora, mas costumamos pensar nisso apenas quando há uma ameaça concreta: o diagnóstico de uma doença ou o avanço da idade. Somos livres para escolher o que fazer de nossas vidas, e isso é amedrontador, pois coloca a responsabilidade em nossas mãos. A solidão assusta, mas sabemos que há como conviver com ela: basta que a gente dê conteúdo a nossa existência, que tenhamos uma vontade incessante de aprender, de saber, de se autoconhecer. Quanto à gratuidade da vida, alguns resolvem com religião, outros com bom humor e humildade.
O que estamos fazendo aqui?
Estamos todos de passagem.
Portanto, não aborreça os outros e nem a si próprio, trate de fazer o bem e de se divertir, que já é um grande projeto pessoal.
Tudo é incerto, a começar pelo dia e a hora da nossa morte. Incerto é nosso destino, pois, por mais que façamos escolhas, elas só se mostrarão acertadas ou desastrosas lá adiante, na hora do balanço final. Incertos são nossos amores, e por isso é tão importante sentir-se bem mesmo estando só. Enfim, incerta é a vida e tudo o que ela comporta.Somos aprendizes, somos novatos, mas beneficiários de uma dádiva: nascemos. Tivemos a chance de existir De se relacionar. De fazer tentativas.
Muitos tem uma dificuldade tremenda em aceitar esta transitoriedade. Por isso a psicoterapia é tão benéfica. Ela estende a mão e ajuda a domar nosso medo. Só convivendo amigàvelmente com estes quatro fantasmas - finitude, liberdade, solidão e falta de sentido - é que conseguiremos atravessar os dias de forma mais alegre e desassombrada."
M.Medeiros
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