segunda-feira, março 23, 2009

Ontem fui assistir a mais uma produção do MET de NY no cinema. Foi a vez de Madame Butterfly, uma belíssima produção do Metropolitan com um cenário 10, direção de cena também 10 e me surpreendeu a soprano Patricia Racette que consegui segurar o papel muito bem. O último ato foi extrardinário, cantou a ária final divinamente bem. Parabéns MET continue assim...
e nós teremos a ópera de cada mes para nos deleitar, já que não temos ao vivo....



Ilustração: Juarez Machado


Um jantar bem pensado é um crescendo que começa com as notas suaves da sopa, passa pelos arpejos delicados da entrada, culmina com a fanfarra do prato principal, seguindo finalmente dos doces acordes da sobremesa. O precesso é comparável ao de fazer amor com estilo, começando com insinuações, saboreando os jogos eróticos, chegando ao clímax com o estrondo habitual e por fim deslizando em um afável e merecido repouso. A pressa no amor deixa irritação na alma, e a pressa na comida altera os humores fundamentais da digestão
(do livro Afrodite de Isabel Allende).

quarta-feira, março 18, 2009

O que acontecerá com este grande espaço vazio que sou agora? O que me irá preencher quando não sobrar o menor vestígio de ambição, projeto algum, nada de mim? A força da sucção me reduzirá a um buraco negro e desaparecerei. Morrer... Abandonar o corpo é uma idéia fascinante. Não quero continuar viva e morrer por dentro, se preciso continuar neste mundo, devo planejar os anos que me restam. Talvez a velhice seja outro começo, talvez seja possível voltar ao tempo mágico da infância, àquele tempo anterior ao pensamento linear e aos preconceitos, quando eu percebia o universo através dos sentidos exaltados de um demente e estava livre para crer no inacreditável e explorar mundos que depois, na idade da razão, desapareceram. Já não tenho muito a perder, nada para defender: será isso liberdade?" Isabel Allende no livro Paula
" Gostaria de sair voando numa vassoura e dançar pelos bosques, ao luar, invocando as forças da terra e afugentando os demônios. As feiticeiras são como estrelas solitárias que brilham com luz própria, não dependem de nada nem de ninguém, por isso não têm medo e podem se atirar no abismo, seguras de que não vão se arrebentar e de que sairão voando. Podem se transformar em pássaros para ver o mundo de cima, ou em vermes capazes de enxergar tudo por dentro, podem viver em outras dimensões e viajar para outras galáxias, são navegantes num infinito oceano de paz e conhecimento." (Isabel Allende)



quinta-feira, março 05, 2009

se vivo só
é marcha-a-ré
se nego o sol
só penso em mi
se sofro lá
ninguém tem dó
se você fá
eu quero si

M. Medeiros