sábado, dezembro 31, 2005

Último dia do ano...

Parece incrível mas o ano já acabou..... Essa é a clássica frase das pessoas quando se dão conta que o tempo passa e muito rápido. Hoje seria o dia para a gente refletir sobre o que aconteceu durante o ano que passou e pensar no que será o próximo. Mas..... a realidade é outra. As pessoas estão preocupadas com a roupa que vão usar, com o jantar, com quem irão passar e o quanto vão se divertir e beber e comer e trepar e se "evanuir" de tanta eufria. Não há tempo para reflexão. Afinal o ano já passou mesmo....
As expectativas para uma mudança de números no calendário são muitas, mas já na primeira semana do próximo ano tudo volta à rotina normal e vc percebe (ou não) que tudo continua igual.
Vc pode mudar tudo o que quiser, não precisa pretexto de novo ano, basta uma nova hora, um novo momento para que vc o faça. Cada dia é um novo ano, cada minuto é um novo ano. Eu psso mudar tudo o que eu quiser basta saber que o meu ano é agora é este momento.

terça-feira, dezembro 06, 2005


Clones do Sistema
(Flávio de Moraes)
Somos clones desse sistema que se arrasta
Procurando o consumo como consolo
Somos máquinas perdidas no tempo
Enferrujados pelo ácido do poder.....

Marchamos como zumbis em direçao do nada
Buscamos o que não sabemos
Comemos o podre de nosso prório esgoto
Morremos de tédio do vazio.

SERES
Seres serão somos...
Andando, correndo,
Arrastando...
Mendigando:
Somos...

Sonhando, sorrindo...
Abençoando...
Suplicando...
Somos.

Sementes vegetativas...
Seres inertes!
Vermes sortudos;
Absolutos Somos...

Seres que somos em gomos...
De espumas gelatinosas humanas,
Parasitos plenos psicóticos,
Dementes ardilosos.

Sem escrúpulos,
Somos seres!
Ardentes, apaixonados,
Afastados, isolados.
Que nascem,
Vivem e morrem no tempo...
Investem no vento
(Marlene Albuquerque)

segunda-feira, dezembro 05, 2005


Quero morar no lugar onde os sonhos nascem...

domingo, dezembro 04, 2005

Logun Edé
Conta a lenda que Osun teve uma grande paixão na sua vida: Osossi, mais na época era casada com Ògún e não podia ter nada com Osossi. Numa das saídas de Ògun para guerrear, Osun encontrou Osossi e dele ela engravidou. Nove meses depois, quando a criança estava para nascer, Ògún mandou recado que estava regressando. Osun não podia mostrar a ela a criança. Ela deu a luz a um menino e o pôs em cima de um lírio e ali o deixou e foi embora. Iansã passando viu aquela criança e sabia que era de Osun, pegou e criou Logun Ede. Iansã o ensinou a caçar e pescar. Logun Ede viveu com Iansã durante muito tempo.

Certo dia Logun Ede saiu para caçar. Quando estava no topo de uma cachoeira, olhou para baixo e viu uma linda mulher sentada nas pedras, tomando banho e se penteando. Ele ficou fascinado pela beleza desta mulher. Aí ele desceu e ficou olhando-a escondido. Osun com seu abebe (espelhinho) viu que havia um homem a observando. Virou o abebe para ele. Neste momento Logun Ede se encantou e caiu nas águas em forma de cavalo marinho. Iansã quando soube, correu atrás de Osun e disse a ela que aquele menino que ela havia encantado era seu filho: Logun Ede, que um dia ela havia deixado em cima de um lírio. Osun desfez o encantamento e disse que apartir daquele dia Logun Ede viveria seis meses na terra como o pai, comendo da caça e seis meses viveria como a mãe, comendo do peixe.
Falsa Estátua
(Mário de Sá Carneiro)

Só de ouro falso os meus olhos se douram;

Sou esfinge sem mistério no poente.
A tristeza das coisas que não foram
Na minha'alma desceu veladamente.

Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,
Gomos de luz em treva se misturam.
As sombras que eu dimano não perduram,
Como Ontem, para mim, Hoje é distância.

Já não estremeço em face do segredo;

Nada me aloira já, nada me aterra:
A vida corre sobre mim em guerra,
E nem sequer um arrepio de medo!

Sou estrela ébria que perdeu os céus,

Sereia louca que deixou o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus,
Estátua falsa ainda erguida ao ar...

Paris, 5-5-1913