quinta-feira, dezembro 28, 2006

2007 está despontando por aí. Já não sei mais se vale a pena comemorar uma data tão sem sentido. Um novo ano entra, e um velho ano que já foi novo, termina. As pessoas se iludem pensando que uma data vai mudar sua vida. Nada muda sem o nosso esforço e isso pode acontecer todos os dias, a qualquer hora.
Sempre final de ano é muito chato e todos os anos repetimos a mesma coisa, inclusive eu.
Gostaria muito que em 2007 eu pudesse mudar e sair da massa. Poder fazer o que se tem vontade sem entrar na loucura da massa humana, qua invadiu esse planeta e vive em condições infames para poder preservar a espécie. Será que é justo?
Matamos, roubamos, mentimos, enganamos, lutamos... para poder nos mantermos sobre essa terra que foi um planeta de vida e de cor. Hoje somos vermes que se arrastam nessa bola chamada terra, poluida e sem cor. Será que vale a pena comemorar?
Vamos refletir e ver se há realmente motivo para brindar.
Happy New Year! (hehehe)
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sexta-feira, dezembro 15, 2006



YES, um filme que vale a pena. O melhor que já assisti nos últimos tempos. Aí vão alguns diálogos do filme.....

Eles dizem que eu faço a melhor faxina do mundo.
Mas óbvio que asseio é uma ilusão.
Mas nós, que trabalhamos com limpeza, sabemos que......
A fonte da sujeira está sempre lá.
Você não consegue se livrar.
Não dá para esconder ou fingir que não existe, enquanto houver vida aqui.
Somos nós.
A pele que trocamos... e também o cabelo.
Eu penso no que faço como uma terapia para as casas.
Sabe, eu vejo freqüentemente a dor marcada em uma cama.
Você vê uma mancha que não deveria estar lá.
É claro que você sabe de cara o que aconteceu.
Mas, aí, você entra em outro quarto, onde ele guarda os “papeis”... como ele diz.
Ele dorme lá de vez em quando também.
(...........)
Duvido que algum dia eles imaginarão que eu sei de tudo.
Eles pensam que somoe pequenos de alguma forma, em corpo e mente.
Nós não fazemos parte do campo de vista deles, somos invisíveis.... fazemos mágica.
Indivisíveis um do outro.
Nós somos uma massa sem alma sem direito a falar...
Só servimos para manter a vida deles limpa e bonita.
“Esteticista”, é assim que deveríamos ser chamadas.
Ou consultores da sujeira.

Não, adorável mulher. Tudo o que quis dizer foi: você é única. A luz do meu dia, o veludo da noite, a única rosa, a mão que quero segurar.... o país secreto, a terra de todos os meus desejos.


A própria vida vem de uma fusão. “Dois” significa junção e separação, atração e rejeição, sim e não.
Não é um solo, mas um doce dueto que é cantado para nos trazer para cá... e depois esquecermos como era antes de nos conhecermos. Foram dois que nos trouxeram para nossa mãe. (E o desejo que nos leva ao amante.)

Nós deveríamos cantar em vez de falar. Ficaríamos livres para chorar ou nos alegrar. No final, sempre há uma escolha.

- Adorável deusa, prostituta e vagabunda. Você é meu amor, é a luz que me guia até você na noite.
- Abraça-me! Abraça-me forte.
- Sua voz, sua pele branca, seu perfume, sua presença me persegue. No meu quarto eu espero por você cheio de desejo. Sua fome parece acender meu fogo, o que posso fazer senão queimar? Estou em chamas por você.
- Antes de te conhecer... Agora sei que eu não estava vivendo. Isto é muito mais do que já senti, meu amor. Você me abraça e me derreto. Eu não sou mais sólida. Eu sou um sentimento.
Você me chama de vagabunda. E eu peço mais. Os nomes. Você já me chamou de nomes que nunca perdoaria se escutasse na rua. De alguma forma, de você, são palavras doces.
- O que posso te dar, mulher de sorte?
Quais outras palavras ou nomes?
Eu transo com você como amante, como rainha. Eu te adorarei com palavras feias e obscenas e tudo mais para te mostrar o quanto te adoro. Maltratar-te com palavras baixas.
Escute-me agora, eu vou murmurar coisas em seu ouvido.... uma torrente de fantasia e sonhos que você nunca confessou a ninguém.
- Sim, por favor. Sim, diga tudo.
- Deixe seus pensamentos proibidos serem ouvidos. Deixe as partes escondidas serem vistas.
- Sim
- O único perigo é que todos os lugares solitários... em que você esteve se dissolvam.... e você poderá ser vista florescendo.
Cantando.
Dançando.
Cantarolando.
Rindo.
Vem cá, meu amor.
Você está gozando!

- Talvez comigo você tenha que sentir.
- “Sentir”, o que?
A perda de todos os nossos sonhos? O nosso fim? Planos vazios para preencher o nada? Redecorar a casa, talvez? Ou comemorar meu aniversário ou alguma outra data. Nosso aniversário.
Vamos acordar em outro lugar. Vamos dar um tempo... ir para uma praia e sentir a dor do vazio.
Se cansar, você lê um livro. Depois iremos comer em algum lugar caro que você odeie... para você virar a cara como se a culpa fosse minha.
Você acha que gosto de pensar que falhei?
Acha que gosto de sentir que te prendi num inferno... onde envelhecemos juntos, desejando não estar aqui?
Eu aprendi que não sentir nada é melhor.
- Houve um tempo em que havia amor. Deve ter havido. E foi você quem disse que a conversa era afrodisíaca, porque ela fluía. Como o néctar ou como um suco.
Dane-se! De que adianta?

- Meu corpo virou uma propriedade sua. Agora eu o quero de volta. Como sempre foi. Mas tudo o que eu disse era verdade.
Como eu te adorei!
Sim!
Você foi divina!
- Tem algo estranho nas suas doces palavras. Minha dúvida é tão grande que está envenenando minha mente. Eu tenho que fazer essa pergunta amarga.
Fazê-la é muito indigno, irmão, pois você disse... que não havia mais ninguém para você, que eu era seu país secreto. A terra dos seus sonhos.
Então... quem é ela?
- Nenhum corpo de mulher me tenta. Por favor, acredite quando digo que... jamais te deixarei por causa de outra mulher.
Quem seria minha deusa escarlate?
- Mas eu nunca pedi isso... para me vendar os olhos e procurar por um beijo.
Minha mente está em chamas. Onde uma vez minhas pernas se... enrolaram de desejo por você, agora tudo o que sinto é ódio.
Eu quero te atacar. Te esfaquear. Te apunhalar pelas costas. E fazer com que sinta o poder da minha vingança, seu galanteador hipócrita!
- Um hipócrita?
Eu não sou mentiroso.
O que eu posso fazer para te purificar a mente?
Eu preciso te lava. Sim, da cabeça aos pés.
- O que você disse?
- Como pode duvidar de mim?
- Me lavar?
Você vê alguma sujeira?
Não vê como suas palavras machucam?
- Divindade
- Não me chame assim. Não sou eu.
- Em longas tardes senti os teus braços sobre mim... senti você, senti o encanto do corpo no corpo, da pele na pele. Mas, quando meu sangue está dizendo que é pecado....
- Agora espere. “Sangue”? “Pecado”?
O que está acontecendo?
- Eu me lembrei quem sou.
Os velhos sábios dizem que todo amor dado pela mulher nos distrai. Nos dizem que a riqueza espera por aqueles que superam a tentação... para atender a um chamado mais elevado.
Você está me pedindo para dar as costas, cair em pecado.
- Você consegue me olhar nos olhos e dizer que sou o seu pecado?
Você acha mesmo que não sou limpa? Uma vagabunda de segunda mão, uma máquina de transar? Uma distração suja de alguma forma obscena?
Olha, eu não sou apenas sua “deusa” ou “rainha”. Eu sou qualquer coisa... que escolher do século XXI, incluindo sua professora ou rei!
- Eu te fiz deusa e rainha. Eu te coroei.
- Foda-se! Quem você pensa que é?
- Eu já falei: você não é um rei!
É o meu papel.
- Senhor, desculpe-me. Eu esqueci. Você é o filho; e eu, não. Eu sou a filha, logo inferior.
- É você, seu povo... que se acha superior. Vocês querem governar, querem estragar. Querem nossas terras, nosso petróleo! Você acha isso civilizado?
Seu país é um dragão cuspindo fogo. Terra de marcas e fantasia: Big mac, big burguer, sim, big tudo.
E você, americana loira, é magra demais. Esbelta demais. Não é feminina. E a sua pele também: muito pálida, insípida. E seus olhos muito azuis.
Por que você me faz sonhar com você?
- Então estamos em guerra?
Seu terrorista!
- Imperialista!
- Preconceituoso!
- Vaca!
- Como chegamos nisso? Como me confundiu com eles?
Olha, eu não sou só americana, sou irlandesa também.
- E daí? Você tem raízes em algum lugar, mas esqueceu que é qualquer coisa... exceto poderosa. The big boss!
Você escuta nossas crianças gritarem, mas não tem dó, porque não são suas.
- Isso não é justo. Eu não pedi para fazer o que fizeram. Eu não tenho orgulho. Tenho vergonha.
Olha, eu sou uma só. Eu sou eu.
- “Eu isso, eu aquilo”.
Cada um de nós somos nós. Não estamos sozinhos.
- Eu sei. Eu concordo.
Eu não sou sua inimiga.
Como isso começou?
- De Eluis a Eminem, a arte de Warhol...
Conheço suas histórias, suas músicas de cor. Mas você conhece a minha?
Não, todas as vezes sou eu que me esforço, eu aprendo a rima do seu inglês.
E você conhece alguma palavra da minha língua, ao menos uma?
Você sabia que “Álgebra” era um homem árabe?
Você já leu a Bíblia?
Você já leu o Alcorão?
- É por isso que está me rejeitando?
- “Rejeitando”? Não, eu não rejeito. Mas, sim, eu exijo respeito.
Você disse que me queria. Mas como o que?
Seu “outro” exótico? Seu brinquedinho de estimação? Seu amante secreto?
Você me compra com cartões de crédito em restaurantes. Você me quer só para te satisfazer?
Não vê que ser desejado, não pelo que sou, não por minha nobre ascendência, mas pelo meu corpo, destrói minha dignidade?
Seu orgulho está ferido? Você está se sentindo pequena e machucada? Mas posso caminhar de cabeça erguida quando as pessoas cospem na minha cara por ter medo de mim?
Onde está o meu lugar de orgulho e honra neste jogo onde até.... pronunciar o meu nome é uma impossibilidade?
- Estou ouvindo. Fale mais.
- Na sua terra eu não sou visto. Eu sou um desafortunado.
Você não imagina, com os privilégios da pele branca..... e os direitos humanos que lhe são garantido... como eu preciso lutar para cada coisinha
.
















Se e quando eu morrer eu quero ver você chorar... arrancar os cabelos. Seus gritos de agonia no ar. Quero ver você bater no peito... e alugar suas roupas e todo o resto. E soluçando, cair na minha cama. Eu quero saber que estou morta.
Eu quero saber que sou parte de você e que você não suporta minha ida. Quero ver você vestida de preto, com os olhos vermelhos de cansaço... por noite mal dormidas de sofrimento. Eu quero ouvir seu protesto na minha partida. Eu quero te ver nos braços de alguém gemendo. Ver você chutar uma cadeira e socar a parede e, reclamando, cair no chão... e gritar.
Eu quero saber que isso não é apenas um sonho.
Eu quero que minha morte seja como minha vida.
Eu quero a bagunça a batalha e o conflito. Quero lutar e ver você lutando por mim.
Eu quero ouvir... o seu arrependimento pelas coisas que não disse e não fez.
Na verdade, queria isso antes da minha morte.
Não os deixem demoverem-na ou fazerem-na ir, ou dizer que não é bom para mim... ou que para mim será difícil ir. Não é verdade.
Quero ver você sofrer.
Não me deixe afundar no silêncio, toda devota e educada.
Vamos fazer barulho!
Uma luz diferente encherá a sala.
Eu quero que minha morte te acorde e que você se sinta só.
E, quando eu for, quero ouvir você gritar.
- Não, não, não...
- Mas eu partirei
- Não, não. Por favor, não morra.















A sujeira não acaba. Ela só muda de lugar. Algumas coisas queimam ou são enterradas. Mas fogo faz fumaça, fuligem e sujeira... e as coisas enterradas surgem depois de um tempo. Viajam devagar. Pode-se dizer que se arrastam. Só tem água por baixo, infiltrada.
Deus nos deu olhos que não vêem muito, ou ficaríamos loucos. Nunca iríamos querer tocar de novo uma cama, ou sofá ou uma cadeira... se pudéssemos ver o que tem neles.
Há milhares delas. Muitas coisas com pernas. Elas furnicam e deixam seus ovos. Eles adoram nossa sujeira, vivem do que deixamos lá. Sobrevivem com pedaços nossos que morrem.
Mas menores que os ácaros são os germens.
Bem, fazemos o possível. Esfregamos e esfregamos... mas eles voam quando espirramos, nas gotas úmidas, cheias de doença.
Aí, tudo o que temos que fazer é respirar... e eles estão em nós, tentando nos matar. Não só os germens. Eles não parecem se os piores.
Há os vírus.
Alguns dizem que foram os primeiros a existir. E, por serem tão pequenos, não podem ser limpos nunca.
É por isso que no final não existe uma limpeza impecável. Você manda a sujeira embora para outro lugar. O trabalho nunca termina, é o que descobri.
Talvez a terra seja uma bola de penugem.
Alguns grandes limpadores dizem:
“Chega”.
É assim que sobrevivemos.
Por que não? Nós somos os parasitas que Deus esqueceu..
A verdade é que nunca desaparecemos. Apesar de tudo o que tememos... certamente não acabamos com a morte, por mais que as funerárias tentem.
Cada criatura alimenta outra. Todos são mães de todos. Ou, no mínimo, um tipo de hospedeiro.
Quando expiramos, talvez mudemos um pouco, mas não desaparecemos.
Não, nós deixamos uma marca. Uma impressão digital. Alguma bagunça. Talvez alguma dor, medo, ou dúvida, no coração de alguém.
Com certeza deixamos uma bagunça quando partimos.


Quando você olha de perto nada vai embora. Só muda. Como a noite vira dia, e o dia vira noite. Mas nem isso é verdade. È uma questão de ponto de vista, dependendo de onde se está na terra.
E, no fim, não vale a pena desperdiçar a vida.
Você não pode. Porque tudo o que você faz ou diz está lá, para sempre. Deixa provas.
Na verdade, é senso comum: não existe o “nada” absolutamente. Pode ser muito, muito pequeno, mas ainda está lá.
Na verdade acho que o “não” não existe.
Há apenas o “SIM”.




quinta-feira, dezembro 14, 2006

"Quando eu morrer voltarei para buscar os instantes que não vivi junto ao mar"
Sophia de Mello Breyner

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quarta-feira, dezembro 13, 2006

Poesia

Sophia de Mello Breyner Andrese (Poeta que Bethânia homenageia no Mar de Sophia)

Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.


Achei esta poesia dela que não está no CD e gostei muito, resolvi publicar.
Maria Bethânia lançou dois novos CDs que são maravilhos. Todo o cuidado com o repertório, a parte gráfica dos CDs e o tema, que são as águas dos rios e mares, é perfeito. O mar de Sophia dedicado aos mares, e, Pirata dedicado aos rios. Uma verdadeira mistura de águas doces e salgadas, que juntas desaguam numa cascata de poesia, música, ritmo, interpretação e emoção que só Bethânia o sabe fazer.Muito bom mesmo..... Vai aí uma definição de um jornalista do show PIRATA:
Neste espetáculo, Bethânia celebra as águas que banham os sentimentos mais profundos: dos amores e desamores, da relação com a terra e tudo que dela emana, do enlace entre o sagrado e o humano, da reverência às próprias referências.
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É muito bom conseguir uma coisa que se deseja. Uma taça de chá, por exemplo, ou mesmo passar nas provas do mestrado e é por isso que estou aqui para brindar com chá, uma de minhas bebidas preferidas, tomo todos os dias, bom, para brindar a minha entrada para a academia novamente. Vai ser muito divertido voltar a estudar, isso que é o mais importante..... Vou adorar fazer esse trabalho. Nem acredito que consegui a única vaga na minha área. Grande mestre.......hehehe! Posted by Picasa

domingo, dezembro 03, 2006

Frederic Chopin

Comprei um cd que se chama "Nocturne" tocadas por Rubinstein. Maravilhoso, mas tem uma faixa, a 7, que é: Piano Concerto No.1, Op. 11 de Chopin que é incrível. Ele só toca a Romance: Allegro, mas é muito lindo. Quase que uma transmutação. Para quem gosta é uma boa dica. Adoro Chopin, se eu fosse pianista só tocaria ele.  Posted by Picasa