segunda-feira, março 03, 2008

Reflexões


"Totalmente leiga em psicanálise, é o que sou. Mas interessada como se dela dependesse minha sobrevivência.
Noutro dia, envolvida por um texto instigante, me deparei com as quatro principais questões que assombram nossas vidas e que determinam nossa sanidade mental:
1. Sabemos que vamos morrer.
2. Somos livres para viver como desejamos.
3. Nossa solidão é intrínseca.
4. A vida não tem sentido.
Realmente não são questões fáceis. A consciência de que vamos morrer talvez seja a mais desestabilizadora, mas costumamos pensar nisso apenas quando há uma ameaça concreta: o diagnóstico de uma doença ou o avanço da idade. Somos livres para escolher o que fazer de nossas vidas, e isso é amedrontador, pois coloca a responsabilidade em nossas mãos. A solidão assusta, mas sabemos que há como conviver com ela: basta que a gente dê conteúdo a nossa existência, que tenhamos uma vontade incessante de aprender, de saber, de se autoconhecer. Quanto à gratuidade da vida, alguns resolvem com religião, outros com bom humor e humildade.
O que estamos fazendo aqui?
Estamos todos de passagem.
Portanto, não aborreça os outros e nem a si próprio, trate de fazer o bem e de se divertir, que já é um grande projeto pessoal.
Tudo é incerto, a começar pelo dia e a hora da nossa morte. Incerto é nosso destino, pois, por mais que façamos escolhas, elas só se mostrarão acertadas ou desastrosas lá adiante, na hora do balanço final. Incertos são nossos amores, e por isso é tão importante sentir-se bem mesmo estando só. Enfim, incerta é a vida e tudo o que ela comporta.Somos aprendizes, somos novatos, mas beneficiários de uma dádiva: nascemos. Tivemos a chance de existir De se relacionar. De fazer tentativas.
Muitos tem uma dificuldade tremenda em aceitar esta transitoriedade. Por isso a psicoterapia é tão benéfica. Ela estende a mão e ajuda a domar nosso medo. Só convivendo amigàvelmente com estes quatro fantasmas - finitude, liberdade, solidão e falta de sentido - é que conseguiremos atravessar os dias de forma mais alegre e desassombrada."
M.Medeiros
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Um comentário:

Unknown disse...
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